Sarmat - RS-28 (2021)

By Guzz69 - setembro 16, 2021

Sarmat - RS-28

 

Você sabia que Sarmat (RS-28 Sarmat ou Satã 2) é um míssil balístico intercontinental russo de combustível líquido, que pode transportar de 10 a 15 ogivas de MIRV termonucleares com um poder de destruição estimado em 3 megatons, capaz de destruir uma área do tamanho da França? Pois é, eu também não, mas graças a Wikipedia, e ao vocalista Łukasz Kobusiński da banda Polonesa Sarmat, estou agora devidamente elucidado e igualmente perplexo com tamanho bom senso na escolha do nome da banda, assim como no título (RS-28) desta potente e destrutiva estreia discográfica.

O grupo surgiu na Polônia em 2018 com a dupla de guitarrista Daniel Szymanowicz e Krzysztof Kopczeński, e contou com o músico de sessão Krzysztof Klingbein para gravar as partes de bateria durante os dois anos seguintes, quando finalmente convidam o vocalista Łukasz para finalizar as gravações ainda em 2020. Com o álbum pronto, já mixado e masterizado, e sem nenhum contrato de distribuição firmado, decidem lançar o trabalho em versão digital no bandcamp em março de 2021, e dois meses depois em CD de forma totalmente independente.

Sarmat
Sarmat
Com um poder sônico equiparável aos seus compatriotas Vader, ou até mesmo nossos conterrâneos Krisiun, o Sarmat destila em pouco mais de 30 minutos, 8 petardos de tirar o fôlego aos mais distraídos. Coldgrinder abre o álbum de forma estonteante, equilibrando velocidade desenfreada com as partes mais compassadas do refrão, tudo muito coeso e bem executado, deixando claro o potencial do grupo à partida. Em Evilution o destaque vai para o tom sombrio e dissonante das guitarras, onde o vocal cavernoso e malévolo de Łukasz se encaixa perfeitamente. A alternância de ritmos é uma constante na música do Sarmat, tudo muito bem elaborado, tudo muito bem executado, tornando músicas como The Shining Of Oneiros, RS-28, Seeds Of Uncertainty, e You Don't Live In My War uma sucessão natural de mísseis sônicos, ainda que dispostos com uma boa dose de imprevisibilidade. Por esta altura do disco, já não há dúvidas que estamos diante de um grupo que mescla com precisão cirúrgica o melhor de dois mundos com seu Blackened Death Metal. Para o final ainda temos Blackout (Scenario For Tomorrow), dividida em duas partes, mas diferentes entre si, cada qual mostrando uma diferente faceta de um 'apagão', o primeiro numa perspectiva mais descontrolada e alarmista, e o segundo numa perspectiva mais técnica e fria. Sim, vale ressaltar o conteúdo lírico inteligível do grupo, que trata sobre destruição, industria militar, e os medos e obsessões humanas, pois para além de os diferenciar dos manjados clichês do Satanismo, casam perfeitamente com a brutalidade diversificada e dinâmica do grupo. É caso para afirmar que estamos diante de uma máquina sônica, super oleada, capaz de destruir sem piedade a 'pouca' humanidade que ainda resta no planeta.


 

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