O grupo post-punk inglês Killing Joke está comemorando seu quadragésimo aniversário com uma extensiva tour mundial. A "Laugh At Your Peril Tour" tem início em Setembro com shows nos EUA, México, Brasil, Argentina, Chile e Peru, antes de seguir para a Europa em Outubro. No Brasil o show único acontece no dia 23 de Setembro, no Carioca Club em São Paulo. Para além da tour, o grupo do vocalista Jaz Coleman, preparou um lançamento muito especial para comemorar 4 décadas de banda. Trata-se de um box-set com 16 álbuns da carreira do grupo (duplo cd ou duplo vinil colorido), com muitos extras, material inédito e remixes. O box-set dos vinis por exemplo, vem embalado num flight case de dj, traz fone de ouvido, livro com letras, posters, cartões postais, flyers, prints artísticos, códigos para download de todos os álbuns, e um certificado de autenticidade.

Killing Joke

O Killing Joke influenciou muitas bandas ao longo dos anos, de Nine Inch Nails ao Soundgarden e Metallica. Embora Coleman e Walker tenham parmanecido como os únicos membros constantes na banda, a atual formação conta com todos os 4 integrantes originais: Jaz Coleman (voz e teclados), Geordie Walker (guitarra), Youth (baixo) e Paul Ferguson (bateria). O último álbum de estúdio do grupo foi Pylon de 2015.

Casa lotada para receber novamente os britânicos do New Model Army nesta noite fria de junho. O público demonstrava calma frente a espera da banda, diante de um setlist não revelado, assim como pela presença do baixista (e baterista) Celi Monger, que de tempos em tempos aparecia entre a galera para saciar o hábito de fumar seus cigarros. A moda inglesa, exatamente no horário previsto, o New Model Army toma o palco com "Stormclouds" do álbum Between Dog and Wolf de 2013. Na emenda "Orange Tree Roads" já mostra a presença do violão de Sullivan que passa durante todo show revezando-se com sua SG. Celi Monger e seus cabelos vermelhos proporciona um espetáculo a parte, com uma marcante presença de palco, mas principalmente como baixista e na parceria que faz com a bateria de Michael Dean quando assume as percussões. Seguindo para fechar a trinca de início da noite, a mais recente e bela "Winter" mostrando com bom estilo o bom gosto de teclados de Dean White. Em momento auge do show, e lágrimas de quem vos escreve, foi a hora de todos gritarem juntos o forte refrão de "Here Comes The War". Músicas como "Devils Bargain", "Guessing", "Angry Planet" do último trabalho de estúdio BETWEEN WINE AND BLOOD seguiram bastante aplaudidas, contagiando a todos naquela atmosfera post-punk dos anos 80 e 90. Aí foi a vez de "No Rest" para botar o Fabrique abaixo, emocionando visivelmente a própria banda neste clássico do NMA.

Justin Sullivan e NMA

Sorrindo, Justin Sullivan volta a empunhar seu violão para anunciar uma música que não costumam tocar há tempos, e dedicada especialmente ao público presente... "52st State" então coloca todos a cantar juntos de ponta a ponta. Ainda parecendo dedicar músicas aos fãs brasileiros, Sullivan fez questão de lembrar "uma música que o Sepultura gravou" antes de anunciar "The Hunt". Grande momento, seguido das esperadas "Purity", "Green and Grey" e "I love the World". Para o bis não podia faltar "Vagabonds" para o delírio de todos, e "Get me Out" tema presente em todas compilações do grupo. Uma grande noite sem dúvida, a primeira de duas em São Paulo. O setlist do segundo show, no domingo, seria (e foi) diferente, embora não divulgado como é habitual nas apresentações destes cinco grandes músicos e artistas do New Model Army. Para quem dizia que o show só teria lado B, ou ainda, uma noite seria toda acústica e a outra plugada! Grata surpresa de termos tudo junto e ainda com muitos bons hits pra cantar em harmonia, entre um público variado em estilos e idades mostrando que a boa música supera cisões.

New Model Army em São Paulo