Considerado com um dos grandes nomes do rock progressivo na atualidade, Steven Wilson chega ao seu quinto álbum a solo, e desta feita inspirado por artistas pop como Peter Gabriel, Kate Bush, Talk Talk e Tears for Fears, que segundo ele mesmo afiirma, o influenciaram em sua juventude. Tendo em conta seus mais de 30 anos de carreira, 20 dos quais a liderar o Porcupine Tree, Steven não precisa provar mais nada a nínguém, e isso está bem patente neste "To The Bone", um trabalho que ainda mantém os principais elementos que o tornaram famoso, e ainda assim surpreende na roupagem pop de alguns temas, sendo o exemplo mais flagrante o single "Permanating" (video abaixo), que analisado isoladamente deixou muitos fãs com a pulga atrás da orelha.
Se evitarmos um julgamento precipitado, podemos concluir que estamos diante de mais um grande trabalho de Steven Wilson, onde o melhor do músico britâncio se faz presente em cada tema de "To The Bone", seja nos momentos mais introspectivos como "Pariah" onde faz dueto com a vocalista israelita Ninet Tayeb, ou em momentos mais descontraídos como na faixa título que abre o álbum. O tema "Refuge" por exemplo, fica no meio termo, mas conta com ótimos solos de harmônica e guitarra.
As letras também soam profundas, como em "Nowhere Now", que fala sobre a condição humana. Cantada de forma casual, só nos damos conta da mensagem quando paramos para prestar atenção nas letras. Momentos como este em particular, me fez lembrar a fase do Rush no final dos anos 80, onde o bom gosto dos arranjos e a execução instrumental tornam a canção memorável.
No geral, a proposta de Steven Wilson em "To The Bone" é clara e de fácil imersão, mas não se trata de um trabalho simplista, longe disso. Temas como "The Same Asylum As Before" sintetizam a essência de sua música, ou seja, progressão bem doseada com direito a climax, sem exageros instrumentais, mas com uma tremenda sensibilidade musical.
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