Mofo - Sick and Insane (2020)

By Guzz69 - dezembro 06, 2021


O Brasil sempre foi um celeiro de ótimas bandas de thrash metal, desde os pioneiros Korzus de São Paulo, aos inveterados Dorsal Atlântica do Rio de Janeiro, passando é claro pelos ícones internacionais Sepultura de Minas Gerais. No entanto, da capital federal poucas foram as bandas do gênero a conseguir estabelecer um nome forte na cena, sendo o quarteto Violator a grande exceção, uma vez que em duas décadas de carreira atingiram popularidade até mesmo em países asiáticos como Japão e China. Por sua vez, os brasilienses Mofo não ficam atrás em termos de potencial, são tão jovens e energéticos quanto seus conterrâneos, porém mais técnicos, coesos e experimentais. Com apenas dois álbuns lançados em sua primeira década de carreira, mostram-se igualmente capazes de representar o Brasil além fronteiras.


O Ep de estreia Empire of Self-Regard lançado em 2017 já dava mostras do potencial da banda, ainda que com uma sonoridade speed/thrash crossover em evolução, deixando escapar claras influências dos primórdios de bandas como Slayer e Metallica. No entanto, foram precisos mais 3 anos para poder ouvir um trabalho completo em longa duração, este excelente Sick and Insane lançado de forma independente em Abril de 2020. O álbum marca a estreia do baterista João Paulo "Mancha", e a secção rítmica que já era ótima, ficou ainda mais matadora com o perfeito entrosamento entre os músicos. As linhas de baixo de Pedro Dinis acompanham bem as guitarras, e até consegue alguns destaques na mix em temas como Brothers of Death, Time for War, na funkeada intro da faixa título, e no mini solo em Final Experiment. A velocidade é uma predominante na maioria das faixas, mas o nível de complexidade das composições é elevado, sempre alternando diferentes partes instrumentais, paradas e mudanças rítmicas,  abundantes riffs e excelentes solos de guitarra por toda a parte. Aliás a dupla de guitarristas Arthur Colonna e Rodrigo "Shakal" Loreto esbanjam técnica e melodia do princípio ao fim, fugindo aos clichês mais óbvios do thrash old school, e sem receio de explorar pontualmente algumas influências mais modernas. Purgatory é o tema mais cadenciado do álbum, e apresenta um refrão com uma métrica mais simples, mas que certamente favorecerá ao público poder entoar alguns versos nos concertos ao vivo. A propósito, o vocalista Emiliano Gomes faz um ótimo trabalho também, com um registro mais 'arranhado' que por vezes me fez lembrar o mítico John Connelly do Nuclear Assault. O diferencial aqui são os apoios vocais nos refrões que ajudam a tornar as músicas mais memoráveis. Entre tantos ótimos momentos, destaco a acutilante Adrenaline, que é pontuada por incríveis compassos de bumbo duplo e ocasionais blast-beats. Em suma, um trabalho exemplar, que conta com músicos extremamente competentes, e uma produção independente acima da média em termos de thrash metal tupiniquim. Não à toa figuraram em nosso TOP30 do ano passado. Super recomendado!

De Brasília para o mundo!
Mofo

Confira abaixo a resenha em video integrada no Super Update 8 do Papo de Colecionador, que foi publicada em Março passado em nosso canal no youtube. Recentemente sorteamos alguns cd's da banda que já foram entregues no Brasil e na Inglaterra. Inscreva-se em nosso canal e ative as notificações para não perder futuros updates e promoções como esta. Apoie quem apoia a cena nacional, só assim poderemos ter uma cena cada vez mais forte!



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