Contando com 4 grandes nomes da cena folk e medieval do Brasil, a nova edição do Odin’s Krieger Fest acontece já no próximo sábado, dia 25 de maio no Fabrique Club, em São Paulo. Em seus 8 anos de atividades, o evento primou por abrigar exposições, vendas de produtos medievais, incontáveis litros de hidromel, e convidados internacionais condizentes com a temática do fest, tais como os estónios Metsatoll e os alemães Faun, ambos presentes na edição do ano passado. Para a edição deste ano a proposta se mantém, porém com um cast exclusivo de bandas nacionais, como já havia acontecido em 2011 e 2016. Aliás, as bandas escolhidas já tiveram passagens de sucesso pelo festival, são elas: Terra Celta, Confraria da Costa, Hugin Munin e Taberna Folk, cada uma com uma sonoridade única e explosiva, representando o melhor deste universo medieval made in Brazil.

TERRA CELTA

Com 14 anos de estrada e participações importantes dentro e fora do Brasil, foram atração no Rock in Rio Lisboa em 2014 por exemplo, o TERRA CELTA retorna ao OKF para mostrar seu trabalho autoral influenciado por música folk originária de países como Irlanda, Escócia e Grã-Bretanha. O sexteto de Londrina é conhecido por apresentações contagiantes, com interação constante com o público muito alto-astral, a partir de ritmos dançantes e pitadas de rock n’ roll. E este é apenas um dos 4 bons motivos musicais para comparecer e brindar à mais um edição do Odin's Krieger Fest.

SLASH, o eterno guitarrista do Guns n' Roses, regressa ao Brasil para uma série de shows em nome próprio, e mais uma vez acompanhado de Miles Kennedy ((Alter Bridge) e a banda The Conspirators. A tour de seu quarto disco a solo Living the Dream (2018), o terceiro com Myles Kennedy (voz), Brent Fitz (bateria), Todd Kerns (baixo) e Frank Sidoris (guitarra), terá início em Porto Alegre na próxima terça-feira dia 21 de Maio, e termina em Fortaleza no dia 3 de Junho.

SLASH com MILES KENNEDY & THE CONSPIRATORS

Ao todo serão 8 apresentações no Brasil, incluindo shows nas cidades de Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Uberlândia, Brasília e Recife. Com a volta ao Guns N' Roses, o músico passa a privilegiar seu repertório solo, e os fãs mais antigos terão que se contentar com apenas uma ou duas canções do GN'R. Em São Paulo a abertura fica por conta da banda nacional Republica. Confira os infos de todas as datas abaixo, assim como os respectivos links para compra de ingressos.

O grupo GRAVEYARD desembarca pela primeira vez no Brasil já no próximo fim de semana. Eles tocam no sábado dia 18 de Maio em São Paulo, com produção da Xaninho Discos; e no dia seguinte no Hocus Pocus festival no Rio de Janeiro, em evento realizado pela cervejaria artesanal carioca Hocus Pocus. O grupo surgiu em Gothemburg na Suécia em 2006, com a dupla Joakim Nilsson e Rikard Edlund, remanescentes dos grupos Norrsken e Albatros. Já contam com mais de uma década de atividades, e são referência mundial em termos de stoner rock psicodélico. A sonoridade do quarteto é uma viagem pelo tempo, com influência de gêneros dos anos 70 aos mais contemporâneos, numa roupagem única e cativante, sempre envolvida pela visceralidade da voz rasgada de Joakim Nilsson e riffs certeiros de Jonatan Larocca-Ramm.


Para além de Joakim Nilsson e Jonathan Ramm, o grupo conta com o baixista Truls Mörck (que entrou no lugar de Rikard Edlund em 2014 ) e o baterista Oskar Bergenheim. O Graveyard já lançou 5 álbuns de estúdio, sendo Peace, o mais recente lançado em 2018. No Brasil eles são bastante conhecidos pelos álbuns Hisingen Blues de 2011 e Innocence & Decandence de 2015. Os shows no Brasil integram a tour pela América Latina, onde já atuaram no México, e a partir de hoje passam pelo Peru, Chile, Argentina, e finalmente encerram com os dois shows no Brasil.

Pode parecer coincidência, mas nos últimos anos tenho destacado por aqui grupos portugueses com vocais femininos, nomeadamente em meu top anual referente a lançamentos discográficos. Foi assim com o Earth Electric em 2017, e com o Sinistro no ano passado. Não que seja uma novidade ver mulheres a frente de bandas de metal pesado em Portugal, pois nos anos 90 houve um considerável número de bandas assim, com 'elas' a dividir as vozes com 'eles' na famigerada recriação de "a bela e a fera", em sonoridades do metal que flertavam com o gótico. O que mudou neste novo milênio, é o protagonismo que elas tem ganho em seus projetos, e sem deixar que isso afete a sua feminilidade. O ano de 2019 mal havia começado e já despontava este Translucent, a estreia discográfica do SOLLAR. Oriundos da região norte de Portugal, surgem em 2016 através da união de esforços de músicos experientes da cena, especialmente o guitarrista André Ribeiro (Oblique Rain, Sullen) e o baterista Eduardo Sinatra (The Godiva, Heavenwood). A formação fica completa com o baixista Diogo Vidinha, o guitarrista Vitor Braga, e a vocalista Mariana Azevedo. Aliás foi ela mesma quem entrou em contato, e gentilmente enviou o CD para este review. Naquele momento eu ainda desconhecia o projeto, mas ouvi a faixa de abertura "Birth" na página da Raising Legends no bandcamp, e fiquei realmente surpreso com a qualidade do prog metal desenvolvido pela banda. Faço questão de contar esse pormenor, pois foi o único tema que ouvi naquele momento, e só depois que recebi o CD é que fui ouvir o trabalho completo, ou seja, as restantes 9 faixas. Confesso que fiquei um pouco decepcionado após a primeira audição completa, pois logo na terceira faixa o grupo começa a transitar em territórios mais alternativos do metal, com riffs mais graves e dissonantes, e lá pela sétima faixa parecia que estava a ouvir uma banda totalmente diferente. Aliás, a faixa "The Image of Man" parece saída de um álbum do Meshuggah, com a participação especial do Miguel Inglês (Equaleft) no registo gutural.

SOLLAR, mais uma grande banda a surgir em Portugal.

Mesmo com essa estranha sensação de não ter compreendido o direcionamento musical do grupo, decidi dedicar mais algum tempo ao álbum, pois certamente o mesmo não pode ser encarado tão somente como prog metal. Tal como o Oceans of Slumber, e até mesmo o Vuur, o Sollar entra nesse filão de bandas que é difícil de catalogar, e este acaba por ser o seu maior trunfo, a ousadia de criar uma amálgama sonora que vai beber de muitas fontes, mas com o objetivo claro de criar algo novo na cena atual, e assim fazer diferença. Sim, tem muitos riffs aqui que nos remetem ao nu-metal, ao "metal moderno" devido ao timbre das guitarras, e até mesmo ao rock mais alternativo em alguns momentos do álbum. Os teclados também acabam por ter um papel importante em alguns temas, mesmo sem dar muito nas vistas. Em "Primal" e "Translucent" por exemplo, é até possível fazer um paralelo ao trabalho de Roddy Bottum no Faith No More. Os músicos são realmente muito bons, mas é a voz de Mariana que acaba unificando todo o trabalho. Ela foge completamente aos estereótipos habituais do heavy metal, e não só na aparência. Ainda assim, impõe suas próprias regras, por vezes com alguma sensualidade (na atmosférica "Naked" e na semi-acústica "Outburst" por exemplo), mas sempre com confiança e personalidade, tornando alguns refrões memoráveis e até mesmo cantaroláveis. Destaques? Depois de várias audições já começam a ser muitos! Para ser mais específico, gostei bastante da coesão rítmica da banda, da dinâmica imposta em alguns temas, e especialmente dos riffs matadores que populam o álbum. É de realçar também a veia progressiva, da já citada "Birth", que gostaria de ver mais presente em outros temas, tal como acontece nas passagens jazzy do tema "See". No geral trata-se de uma ótima estreia discográfica, mas que precisa ser digerida aos poucos, em doses homeopáticas, pois a proposta do grupo não é tão transparente quanto o título do álbum parece indicar. Para finalizar, resta realçar o excelente artwork do CD, que só peca mesmo por não apresentar qualquer fotografia de seus integrantes.

A banda holandesa VUUR, da vocalista Anneke van Giersbergen (The Gathering, Agua de Annique, The Sirens, The Gentle Storm, Verloren Verleden, De Nieuwe Madonna), estreia ao vivo no Brasil para divulgar In This Moment We Are Free – Cities. álbum que foi destaque em nosso TOP30 de 2017. Este novo projeto de Anneke conta com os guitarristas Jord Otto e Ferry Duijsens, o baixista Johan van Stratum, e o baterista Ed Warby. Anneke será sempre lembrada como vocalista do The Gathering, mas desde que se solidificou em carreira solo, primeiro como Agua de Annique e depois em nome próprio, e após inúmeras participações especiais (Ayreon, Devin Townsend, Anathema, entre muitos outros), decidiu criar uma nova banda para apresentar seu lado mais progressivo. O nome VUUR, traduzido do holandês como “fogo”, também pode ser interpretado como “unidade” ou “paixão”, algo que é marca registrada em sua longa discografia.


A banda holandesa DELAIN, co-headliner nesta tour sul-americana, atualmente promove seu último álbum de estúdio Moonbathers (2016), assim como o EP Hunter's Moon lançado em fevereiro passado, e que marca a estreia em estúdio do novo baterista Joey de Boer. Liderados pela vocalista Charlotte Wessels, o sexteto conta também com os guitarristas Timo Somers e Merel Bechtold, o tecladista Martijn Westerholt, e o baixista Otto Schimmelpenninck van der Oije. Confira abaixo as datas dos shows na América do Sul, bem como link para compra de ingressos das duas datas no Brasil.