terça-feira, 18 de julho de 2023

Kryour 06/05 Music Hall Studio

 

Muito bom poder conferir o regresso aos palcos de uma das grandes revelações do metal nacional dos últimos anos: KRYOUR! Neste show pós pandemia em São Paulo, o quarteto liderado por Gustavo Iandoli apresentou o novo guitarrista GUBA Oliveira, tocou 6 temas do álbum de estreia Where Treasures Are Nothing (2019), dois temas novos que farão parte de um futuro EP, e ainda covers das bandas Kreator, Megadeth, Gojira e Sepultura para os quais contaram com convidados especiais como Yohan Kisser (Kisser Clan), Rodrigo Oliveira (Korzus) e Jean Patton (Project46).

Guga estreia na segunda guitarra do Kryour

Há 4 anos tive a oportunidade de entrevistar o vocalista/guitarrista Gustavo Iandoli e o baterista Matheus Carrilho para o programa Bastardos do Brasil, transmitido em Portugal pela rádio Marcoense FM. Na ocasião pude conhecer melhor o percurso do grupo até aquele momento de promoção do álbum de estreia. Como acontece com muitos grupos underground, os músicos ganharam experiência através de bandas covers, mais precisamente tocando repertórios específicos de bandas como Megadeth, Kreator e Gojira. Relembre abaixo o papo com os dois ótimos músicos do Kryour.

 

A escolha do Music Hall Studio em Pinheiros/SP foi inusitada para uma banda de metal, mas acabou sendo o local ideal para a produção apresentada nesta volta aos palcos. O auditório é situado na escola de música School of Rock (franquia com mais de 34 unidades no Brasil) e conta com uma capacidade para 350 pessoas, incluindo o mesanino. Cheguei no recinto ainda antes da abertura, com pessoas já se aglomerando no lado de fora. Já dentro da sala, deu para observar uma invulgar parafernália em palco, com destaques para 6 "torres" de lampadas fluorescentes alinhadas em ambos os lados do kit de bateria. Sim, o grupo caprichou na produção elevando ainda mais o ótimo nível de sua apresentação.

Gustavo Iandoli, guitarra e voz do Kryour

O quarteto subiu ao palco ao som da intro seguida dos temas My Conjugué e Restless Silence com o público presente respondendo muito bem à sua performance, num misto contemplativo por parte dos mais velhos e empolgação por parte dos mais jovens. Sim, por esta altura a sala já estava praticamente cheia, e com um inesperado grupo mirim nas proximidades do palco, provando a capacidade do grupo em atingir diferentes faixas etárias na sua base de fãs. Gustavo Iandoli foi bastante comunicativo durante o show, e nesta primeira pausa aproveitou para agradecer a presença de todos e apresentar Colorful, uma das novas composições lançadas, e cujo videoclipe você pode conferir abaixo.

 

A novidade em novas composições como Colorful reside numa maior exploração melódica, com Gustavo Iandoli intercalando seu registro típico mais 'rasgado' com partes vocais limpas, algo inédito até então. Na sequência destilaram de forma impecável Anxiety e Theater of Destiny, ambas do álbum de estreia. Nesta segunda pausa o vocalista volta a falar com o público e pergunta se querem ouvir mais uma música nova. E assim destilam Why Should I Know, outra composição que segue a linha do death metal melódico super técnico característico do grupo, porém com uma maior ênfase nos vocais limpos, não só no refrão como nas estrofes também. Confira abaixo o videoclipe em questão.


O novo tema foi muito bem recebido pelo público, já no ponto para uma dose extra de headbanging com músicos convidados numa trinca de covers representando as origens do grupo. O primeiro a subir ao palco foi o guitarrista Yohan Kisser (filho de Andreas Kisser do Sepultura) que tocou com o grupo o tema Enemy of God do Kreator. Depois foi a vez do guitarista Jean Patton do Project46 subir ao palco para destilar com o grupo The Gift of Guilty do Gojira. Depois disso foi chamado ao palco Rodrigo Oliveira do Korzus para no lugar de Matheus Carrilho na bateria detonar uma incrível versão de Holy Wars do Megadeth. Houve muito agito em palco e fora dele, com direito a roda de mosh entre os presentes.

Yohan Kisser com Gustavo Iandoli

Jean Patton (project46) tocando Gojira com o Kryour

Já com o grupo recomposto em palco, destilam mais dois temas do conceitual álbum de estreia, a minha favorita Chaos of My Dream e ainda The Leaving. Para encerrar este grande show do Kryour em jeito de celebração de gerações, voltam a chamar os convidados ao palco para tocar o clássico Roots Bloody Roots do Sepultura. O baterista Matheus ficou encarregado das vozes, muito embora seja muito mais convincente em seu instrumento de eleição. Em clima de fim de festa, o público pouco se importou com a improvisação, afinal já haviam matado a saudade de ver o Kryour novamente ao vivo, mais afiados do que do nunca, e com uma ótima produção geral, tanto em termos sonoros como visuais. 

Celebração final com Roots Blood Roots
Para quem ainda não assistiu o Kryour ao vivo, fica aqui a dica de seu próximo show. O grupo atua no próximo dia 29 de Julho no Hangar110 em São Paulo ao lado das bandas Command6, Emphuria e Pravus. Imperdível!
 

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