sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

MOM TOP30 2017 Countdown - IGORRR



Quem me conhece pessoalmente sabe que tenho um gosto peculiar por projetos inconvencionais. Claro que esse gosto só se apurou ao longo de muitos anos ouvindo as mais diversas vertentes de música de todos os cantos do mundo. Portanto não estou a espera que o Igorrr esteja no paladar de quem é iniciante em música pesada, ou de veteranos puristas que nunca abandonam a zona de conforto. A digestão não é fácil, está claro, principalmente para quem não suporta música eletrônica.

Gautier Serre, o mentor deste projeto Francês, afirma que só quer fazer a música que ama, que faça sentido para ele próprio, sem restriões, e sem questionar se será muito complexa ou muito além do que as pessoas estão a espera de ouvir. E é justamente por isso que essa fusão de elementos do metal extremo, da música eletrônica, e da música clássica/barroca, é das mais originais que já tiva a oportunidade de ouvir nesta década. E olha que já ouvi de tudo! Um ótimo exemplo é o tema "Opus Brain" que mesmo abusando dos breakbeats e manipulações eletrônicas, se revela intenso e belo pelo meio, antes do ataque de blastbeasts no final. Confira no video abaixo:



Entre as músicas mais geniais do álbum estão na minha opinião "Houmous" (com homenagem aos  videogames no final), "Spaghetti Forever" (uma balada acústica com viés clássico e passagens extremas), "Cheval" (com o acordeão e a voz da soprano em destaque novamente - veja o videoclipe abaixo), e "Au Revoir" que encerra o disco de forma magistral. Previsível apenas a dicotomia calmo/agressivo, que é explorada incansavelmente, e de forma muito extrema neste novo disco.




Agora para quem quiser sentir a faceta mais 'neanderthal' do projeto, sem tantas fusões, experimente o tema "Apopathodiaphulatophobia", pois a entrega gore grind deve agradar até fãs de Morbid Angel, banda que diga-se de passagem, Gautier já remixou para uma compilação em 2012.

Apesar de considerar a idéia interessante, a faixa de abertura "Viande" não é nada mais do que um exercício catárquico e onomatopéico. Já as explorações dicotômicas em "Leud" me agradam bem mais, onde a belíssima voz de Laure Le Prunenec surge já a meio da música para fazer o contraponto aos gritos angustiantes de Gautier Serre no início da canção. Confira no video abaixo:

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