sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

MOM TOP30 Global 2018


Desde que comecei a rastrear a internet de forma mais intensa em 2012, na busca de novas bandas e novos sons para alimentar minhas playlists exclusivas para os podcasts que andava a fazer, comecei reparar na avalanche anual de lançamentos rock/metal a nível mundial. Na primeira década deste milênio tive acesso a uma média de 800 álbuns por ano, mas na presente década a média subiu para 1350 álbuns anuais. Uma das razões para isso se deve a uma maior amplitude do meu radar pessoal, que agora engloba diversos subgêneros da música mais extrema, para além de outros fatores importantes como a multiplicação de projetos, com músicos integrando mais de uma única formação/banda; a alta densidade demográfica de bandas em países nórdicos, tais como Finlândia, Suécia e Noruega por exemplo; e finalmente o aspecto tecnológico que vem permitindo a toda e qualquer banda lançar o seu álbum de forma independente, e sem grande esforço financeiro, quer seja através de pequenas tiragens, ou distribuído exclusivamente no formato digital. Em geral acho os TOP's anuais das principais revistas especializadas super tendenciosos, pois procuram sempre destacar álbuns/bandas de seu próprio país em detrimento de outros. Já a nível nacional a coisa tende a ser pior, por que há interesses diversos na equação, tais como parcerias com editoras, patrocínios ou outros interesses que nada tem haver com a música em si. Por ser independente, o meu trabalho acaba se tornando bem mais exaustivo, ainda assim muito prazeroso e gratificante. Este ano também tive um problema com um dos meus HDs, o que acabou me atrasando bastante na elaboração desta lista. Afinal recuperar e organizar quase 1 Terabyte de álbuns me tomou uns 3 meses de trabalho. Enfim, o importante é que já está tudo resolvido, e eu pude separar os 30 melhores álbuns que ouvi em 2018.


Antti Martikainen - Hymn of the High Seas (Vol 1 & 2) [Folk Symphonic Instrumental Metal / Finlândia]
Arwen - The Soul's Sentence [Power Metal / Espanha]
Between the Buried and Me - Automata I & II [Avantgarde Metal / EUA]
Jason Becker - Triumphant Hearts [Shred Guitar / EUA]
Kingcrow - The Persistence [Progressive Metal / Itália]
Lucifer - Lucifer II [Rock Doom Metal / Alemanha & Inglaterra]
Panopticon - The Scars of Man on the Once Nameless Wilderness (I & II) [Atmospheric Black/Folk Metal / EUA]
Piah Mater - The Wandering Daughter [Progressive Death Metal / Brasil]
Sinistro - Sangue Cássia [Doom Post-Metal / Portugal]
Uriah Heep - Living The Dream [Hard Prog Rock / Inglaterra]


Coheed and Cambria - The Unheavenly Creatures [Alternative Prog Rock / EUA]
Dee Snider - For The Love Of Metal [Heavy Metal / EUA]
Frontside - Zmartwychstainie [Melodic Death Metalcore / Polônia]
Greta Van Fleet - Anthem Of The Peaceful Army [Blues Classic Rock / EUA]
Judas Priest - Firepower [Heavy Metal / Inglaterra]
Maestrick - Expresso Della Vita: Solare [Progressive Rock/Metal / Brasil]
Monster Truck - True Rockers [Hard Rock / Canadá]
Obscura - Diluvium [Progressive Technical Death Metal / Alemanha]
Oceans Of Slumber - The Banished Heart [Extreme Prog Metal / EUA]
Rivers of Nihil - Where Owls Know My Name [Technical Death Metal / EUA]


Amorphis - Queen Of Time [Melodic Progressive Extreme Metal / Finlândia]
Animal Drive - Bite! [Hard and Heavy / Croácia]
Black Stone Cherry - Family Tree [Hard Rock / EUA]
Khemmis - Desolation [Heavy Doom Metal / EUA]
Orphaned Land - Unsung Prophets & Dead Messiahs [Middle Eastern Folk Prog Metal / Israel]
Owane - Yeah Whatever [Progressive Fusion Instrumental Rock / Noruega]
Polyphia - New Levels New Devils [Instrumental Math Rock / EUA]
Saffire - Where the Monsters Dwell [Melodic Hard and Heavy / Suécia]
Tesseract - Sonder [Prog Djent Metal / Inglaterra]
Zeal & Ardor - Stranger Fruit [Alternative Avantgarde Metal / EUA]

Como devem ter reparado, essa é a lista rock/metal mais politicamente correta que irão encontrar referente ao ano passado, e mesmo assim aposto que surpreenderá muita gente. A Europa está representada com 14 bandas, as Américas com 15 bandas (duas delas do Brasil), e temos também um representante da Ásia (Israel). Os principais gêneros e subgêneros estão representados, e temos praticamente um terço de bandas representando as sonoridades mais extremas. Bandas novatas e alguns dinossauros também foram destaque. Para os mais curiosos, vale delinear o processo de escolha dos álbuns. Primeiramente, fui ao longo do ano retirando da lista os álbuns ruins (mal gravados, mal executados, etc), depois retirei da lista os singles, os EP's, os relançamentos, os álbuns ao vivo, e os álbuns tributos a outros artistas. Com o que sobrou, cerca de 1000 álbuns, fui eliminando álbuns bons mas comuns, e separando álbuns bons mas diferenciados. O ano passado foi realmente um ano cheio de boas surpresas, diversos regressos dignos de nota de bandas veteranas, muita criatividade, e alguma audácia dentre a nova geração de bandas. Claro que quando sobraram os últimos 200 álbuns, praticamente qualquer um deles poderia fazer parte desta lista. Sim, teve muita coisa excelente lançada no ano passado, seja ela retrô ou moderna. Então, a esta altura o que mais levei em consideração foi o fator surpresa e a qualidade geral do lançamento, ou seja, o quanto o mesmo me manteve interessado durante toda a audição. Como falei no parágrafo inicial deste artigo, esta lista não foi feita para agradar ninguém em especial. No geral ela reflete as principais facetas de quem encara a música de forma positiva e sem preconceito. Manter a mente aberta é um grande exercício para poder descobrir novos caminhos dentro do rock em geral, e da música pesada em particular.

Texto: Gustavo Scafuro

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