Royal Hunt - Cast in Stone [2018, Northpoint Productions]
Em 2019 o Royal Hunt irá comemorar 30 anos de carreira, e para reforçar a vitalidade do grupo lançam este ano o ótimo Cast in Stone, seu décimo quarto álbum de estúdio em longa duração. Há muito tempo que acompanho o projeto, mas só recentemente consegui comprar um de seus álbuns, um ao vivo de 2006. Para a minha surpresa, pouco dias depois do garimpo, recebo um pacote da NorthPoint Productions com a versão digipak (opaca com textura tipo emborrachada) desta novidade. Para além do álbum que conta com um belíssima arte assinada por Alexandra Andersen e Vitaly Rubtsov, recebo também uma palheta de guitarra customizada com a arte do novo trabalho. Muito legal mesmo, thank you Alexandra! Para quem não sabe a NorthPoint Productions é uma empresa de produção musical criada por André Andersen em 1999, e que tem sido responsável pela maioria dos lançamentos de sua banda desde o álbum Paper Blood de 2005. Para além disso, a produtora mantém parceria com a Frontiers Records, editora italiana responsável pelo lançamento e/ou distribuição de grande parte do catálogo do Royal Hunt.
Royal Hunt
Criado por Andrè Andersen, tecladista russo e principal compositor do grupo, o Royal Hunt segue destilando seu heavy metal neoclássico sem desviar muito do que sempre fizeram no passado, ou seja, músicas bem construídas, arranjos impecáveis, refrões marcantes, e um desempenho técnico equilibrado, sem exageros individuais, mas muito eficiente em termos coletivos. O vocalista D.C. Cooper continua a frente do grupo, desde que retornou para uma tour especial em 2011, sendo este seu quarto trabalho de estúdio desde então. Claro que o grupo nunca mais emplacou o mesmo sucesso obtido na segunda metade dos anos 90, quando com Cooper gravaram os álbuns Moving Target e Paradox. Naquela altura sua música soava mais fresca e original, e o gênero neoclássico ainda contava com alguma relevância. Não que o trabalho atual seja ruim ou derivativo, muito pelo contrário, estas 8 novas canções são de ótimo nível, porém não apresentam nada diferente daquilo que já apresentaram anteriormente. Receio que agradará somente ao público mais fiel, já acostumado com sua sonoridade, uma vez que não acrescentam nada de moderno ou mais apelativo ao gênero. Trata-se portanto de um álbum honesto, bem produzido, e musicalmente muito equilibrado. Só estranhei mesmo a faixa título ser um tema instrumental, o mais curto do alinhamento cuja média ronda os 6 minutos de duração. Como falei antes, o material está todo no mesmo nível, mesmo assim destaco a faixa de abertura Fistful of Misery (video abaixo), pois para além de possuir todos os elementos habituais da sonoridade do grupo, também flerta ligeiramente com alguns recursos eletrônicos de produção comuns em álbuns do rock mainstream, com é o caso do Def Leppard por exemplo. Pelo lado mais convencional, destaco Rest in Peace, rápida, sinfônica e com um refrão que passa zunindo em nossos ouvidos; e também a faixa Save Me que encerra o álbum numa toada mais bluesy. Aprovadíssimo, e espero que 2019 traga novidades para comemorar as 3 décadas deste grupo, que continua a ser um dos maiores nomes do heavy metal dinamarquês.
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