quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Accept 14/10/18 Carioca Club


Mais uma vez de regresso ao Brasil, o Accept é recebido em São Paulo com casa cheia de fiéis e fervorosos fãs do grande tubarão alemão. Considerando que a última passagem da banda por terras tupiniquins foi no ano passado, eu arriscaria dizer que seriam muito bem recebidos se estivessem por aqui anualmente. Em 2017 precisaram cancelar uma apresentação em Fortaleza devido a um problema de voo, e agora neste regresso, cumpriram com sucesso toda a missão.

Accept no Carioca Club
Com um cenário de palco representando a atmosfera metálica de The Rise of Chaos, décimo quinto álbum de estúdio do quinteto alemão, não poderia ser diferente, a poderosa “Die by the Sword” abrindo esta grande noite com peso e energia. Na sequência a empolgante “Stalingrad”, do álbum de 2012, em alto e bom som. Com vigor, carisma e vontade, o quinteto não tarda em mandar “Restless and Wild” para o público aquecer a garganta cantando junto o refrão. De 1981, a maravilhosa “Breaker”, música emblemática e inovadora do Accept, contendo sua marca característica de velocidade, melodia e peso. Na sequência, sem muitas palavras, mas com muitos sorrisos de Wolf, Peter e Mark, é a vez de sons mais novos; “Pandemic”, “Koolaid”, “No Regrets”, “Analog Man”, “Final Journey” e “Shadow Soldiers” convencem a todos os presentes que estamos diante de uma aula de Heavy Metal para ninguém colocar defeito. Além da impecável qualidade de som e entrosamento afiadíssimo entre os músicos, é divertido curtir as coreografias ensaiadas durante as músicas. Agora é a vez de Mr. Wolf Hoffmann, sempre a frente do Accept, tomar conta do palco para devastar sua habilidade na Flying V, com um solo de guitarra composto pelo clássico “Bolero” de Ravel, e pelo trecho mais conhecido da peça “In the Hall of the Mountain King” de Peer Gynt. Arrebatador, com incríveis efeitos de guitarra, delay, octave e trêmolo que fizeram o Carioca Club parecer um estádio para trinta mil pessoas.

Accept no Carioca Club
Da fase antiga, o álbum mais lembrado da noite, “Restless and Wild”, foi a vez de “Neon Nights” e “Princess of the Dawn” em um dos momentos mais legais do show. “Monsterman” foi a única do excelente “Russian Roulette” e funcionou muito bem ao vivo. “Up to the Limit” e “Metal Heart” vieram para não deixar ninguém dormir nessa noite, e mais uma vez com a marcante influência da música erudita na guitarra de Wolf. É muito bacana ver o trabalho do guitarrista Uwe Lulis (ex-Grave Digger) com o Wolf Hoffmann. É um duo bastante afiado e coeso. O baterista Christopher Williams é uma aula a parte, o cara é um monstro de técnica e precisão. E começou destruindo com a próxima “Teutonic Terror”, na sequência, em introdução cantada pelo público, a aguardada “Fast as a Shark”. Delírio total dos metalheads presentes! O baixista Peter Baltes e o guitarrista Wolf, os únicos remanescentes da formação original, eram só sorrisos. O carismático vocalista Mark Tornillo, único americano do time, mantém sua presença forte, marcante e eficaz, com muita sutileza faz com que ninguém sinta falta de Udo. Se você fecha os olhos enquanto Mark canta as músicas do Accept, é possível visualizar o pequeno/grande Udo a sua frente. Ao mesmo tempo, eu diria, Tornillo cumpre o papel das vozes com mais simpatia e presença do que o frontman original. Em um esperado pedido de bis, mesmo sendo uma longa apresentação, tivemos “Stampede” e “Dying Breed” do forte “Blind Rage”, e finalmente a fundamental “Balls to the Wall”, imperdível e inabalável. Uma banda com tantos álbuns, e organizou seu setlist em torno de nove trabalhos. Senti falta de ouvir mais coisas de “Balls to the Wall” e “Russian Roulette”, e também de “Metal Heart” que fez tanto sucesso pelo Brasil, mas enfim, nem tudo pode ser perfeito. Memorável. Que voltem sempre.

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