Quem me conhece pessoalmente sabe que eu curto muito trabalhos instrumentais, principalmente quando eles trazem algo novo para o gênero. O Master Boot Record é um desses casos invulgares cuja temática única está explícita em todos os aspectos de sua criação. Para quem é nerd e cresceu rodeado de computadores nos anos 80, estará familiarizado com toda a terminologia por aqui explorada. Sim, os amantes de códigos binários entrarão em êxtase ao explorar a discografia prolífica do projeto, cujos álbuns atendem por títulos como "INETRRUPT REQUEST", "486DX", "C:\>COPY *.* A: /V", "C:\>CHKDSK /F", "C:\>EDIT AUTOEXEC.BAT", "C:\>EDIT CONFIG.SYS" e "C:\>FIXMBR". O mais recente trabalho é Master Boot Record, lançado em CD pela Blood Music em Abril passado. Este é o meu primeiro contato com este bizarro projeto, e confesso que demorei um pouco para compreendê-lo. Afinal não há músicos creditados, e tudo indica que seja um one-man-project italiano com grande parte do trabalho desenvolvido em computador. A definição não deixa dúvidas: "Eu sou 486DX-33MHz-64MB, 100% Sintetizado, 100% Desumanizado". Musicalmente o projeto explora o filão avant-garde instrumental, com música eletrônica sintetizada (chiptune), e muito metal industrial e música clássica sinfônica à mistura. Difícil de imaginar? Não, afinal com o auxílio dos computadores, tudo é possível nos dias de hoje. Difícil de digerir? Bom, isso vai depender dos ouvidos treinados do ouvinte. Eu gostei, achei interessante a forma como os elementos neoclássicos são incorporados nessa cacofonia digital. E é justamente o trabalho dos teclados que acaba sendo o maior destaque, e dessa faceta mais sinfônica/industrial destaco "DRAM REFRESH", não por acaso, a faixa de abertura deste álbum. Se este tema não for capaz de te deixar interessado em ouvir mais, você nem precisa fazer skip, faz logo um reboot no seu computador e finge que nunca leu essa resenha. Agora se você ficou intrigado, experimente até ao fim, especialmente se você gosta de trilhas sonoras de filmes, pois ao longo deste trabalho consigo imaginar cenas típicas de filmes de ação e principalmente de ficção científica. Talvez essa obra seja um vírus de computador disfarçado de música, não sei. Se for, já fui contaminado, então agora é a sua vez de passá-lo a frente!
quarta-feira, 8 de agosto de 2018
Master Boot Record - Direct Memory Access
Quem me conhece pessoalmente sabe que eu curto muito trabalhos instrumentais, principalmente quando eles trazem algo novo para o gênero. O Master Boot Record é um desses casos invulgares cuja temática única está explícita em todos os aspectos de sua criação. Para quem é nerd e cresceu rodeado de computadores nos anos 80, estará familiarizado com toda a terminologia por aqui explorada. Sim, os amantes de códigos binários entrarão em êxtase ao explorar a discografia prolífica do projeto, cujos álbuns atendem por títulos como "INETRRUPT REQUEST", "486DX", "C:\>COPY *.* A: /V", "C:\>CHKDSK /F", "C:\>EDIT AUTOEXEC.BAT", "C:\>EDIT CONFIG.SYS" e "C:\>FIXMBR". O mais recente trabalho é Master Boot Record, lançado em CD pela Blood Music em Abril passado. Este é o meu primeiro contato com este bizarro projeto, e confesso que demorei um pouco para compreendê-lo. Afinal não há músicos creditados, e tudo indica que seja um one-man-project italiano com grande parte do trabalho desenvolvido em computador. A definição não deixa dúvidas: "Eu sou 486DX-33MHz-64MB, 100% Sintetizado, 100% Desumanizado". Musicalmente o projeto explora o filão avant-garde instrumental, com música eletrônica sintetizada (chiptune), e muito metal industrial e música clássica sinfônica à mistura. Difícil de imaginar? Não, afinal com o auxílio dos computadores, tudo é possível nos dias de hoje. Difícil de digerir? Bom, isso vai depender dos ouvidos treinados do ouvinte. Eu gostei, achei interessante a forma como os elementos neoclássicos são incorporados nessa cacofonia digital. E é justamente o trabalho dos teclados que acaba sendo o maior destaque, e dessa faceta mais sinfônica/industrial destaco "DRAM REFRESH", não por acaso, a faixa de abertura deste álbum. Se este tema não for capaz de te deixar interessado em ouvir mais, você nem precisa fazer skip, faz logo um reboot no seu computador e finge que nunca leu essa resenha. Agora se você ficou intrigado, experimente até ao fim, especialmente se você gosta de trilhas sonoras de filmes, pois ao longo deste trabalho consigo imaginar cenas típicas de filmes de ação e principalmente de ficção científica. Talvez essa obra seja um vírus de computador disfarçado de música, não sei. Se for, já fui contaminado, então agora é a sua vez de passá-lo a frente!
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