segunda-feira, 21 de maio de 2018

Statues on Fire 06/05/18 Casa de Cultura do Butantã


Quando a grana anda curta, o jeito é aproveitar as oportunidades de concertos com entrada gratuita quando eles surgem, e com sorte conhecer algumas bandas boas do cenário underground. E foi justamente o que aconteceu no primeiro domingo de Maio na Casa da Cultura do Butantã, onde pude conferir o primeiro show do grupo punk/hardcore paulista STATUES ON FIRE, após o regresso de sua quarta tour pela Europa em 5 anos de carreira.

STATUES ON FIRE
Conheci o trabalho do Statues on Fire através de seu baterista Alex Silva, músico que até a pouco tempo acumulava funções como promotor de shows no Hangar 110. Fiquei surpreso com a qualidade do projeto pelo que ouvi na internet, e decidi comprovar ao vivo também. Havia duas bandas na abertura, o Vida Una da capital e o Der Baum de São Bernardo do Campo. Perdi o show do Vida Una, mas consegui assistir ao Der Baum desde o início, e o quarteto mostrou temas do recém lançado "Guarujá Nights",  seu primeiro álbum em longa duração. O grupo é formado por dois homens e duas mulheres, e pratica um pop/rock simples e alternativo, então nos temas mais alegres onde alternam vozes masculinas e femininas ("AllStar", "Videocassete" e "French Fries", por exemplo) a sombra do The B'52 se torna evidente. A guitarrista Fernanda Gamarano era a mais ousada em palco, e monopolizou as atenções do público presente com sua performance. No geral, fizeram um bom aquecimento para a atração principal da noite, que já de seguida subiria ao palco.

DER BAUM
O Statues on Fire é um quarteto formado em Santo André no final de 2013, e conta com integrantes  experientes da cena hardcore nacional, músicos que passaram por grupos como Nitrominds e Musica Diablo, este último um projeto com Derrick Green do Sepultura. De lá pra cá lançaram os álbuns "Phoenix" (2014) e "No Tomorrow" (2016), ambos com edição nacional pela Cold Alone Records, e internacional pela alemã Rookie Records. Considerados como uma revelação no gênero pela mídia especializada em 2014, o grupo tem confirmado as expectativas com muitos shows no Brasil e constantes apresentações na Europa. Motivos mais do que suficientes para conferir o trabalho dos caras ao vivo.

A nova formação com o guitarrista Regis Ferri.

Por volta das 19h, o guitarrista/vocalista André Alves, o baixista Lalo Tonus, o novo guitarrista Regis Ferri (no lugar de Andre Curci desde 2017) e o baterista Alex Silva sobem ao palco para destilar 16 temas de seus dois álbuns. Abriram com "Lay on Others", faixa que também abre seu último trabalho No Tomorrow, seguida de "Free Sample" do debut, colocando o povo para agitar com seu hardcore melódico rápido, bem trampado e cativante. O legal do repertório do Statues on Fire é a variedade, e o grupo vai alternando momentos mais cadenciados, com outros mais acelerados, mas sempre com refrões cantaroláveis, cheios de energia e melodia. O fato do vocalista André Alves dominar a língua inglesa, também ajuda explicar o sucesso da banda no exterior. Quanto a sonoridade, seu punk rock crossover vai muito na linha dos grupos norte-americano do gênero, e por vezes até flerta com o heavy metal, como é o caso dos riffs em "Phoenix" ou da faixa que dá nome à banda. Ao vivo o quarteto se mostrou muito eficiente e incansável, sendo a veia mais hardcore aquela que mais me impressionou (lembrando um pouco bandas clássicas do gênero como o Shelter), e no final ainda houve tempo para um encore atendendo aos pedidos do fãs presentes. Aliás, para um show gratuito de uma banda tão boa, a grande decepção ficou mesmo por conta da fraca afluência de público. Uma banda desse nível merecia casa lotada!

Statues on Fire na Casa da Cultura do Butantã


Playlist

Lay on Others
Free Sample
You Can't Tell the Reason
No Tomorrow
My Shoes are Tight
Nothing's Really True 
Statues on Fire
Rules on Demand
Nowhere is Always Where I Go
Phoenix
World Without Kindness
By What You Would Die
Nevertheless
Flying Boats
Sent You a Letter

Texto e Fotos

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