Desde o meu primeiro contato com o álbum "Sing Along Songs for the Damned & Delirious" de 2009, que tenho o Diablo Swing Orchestra como um dos grupos Suecos mais ousados a surgir na última década. Depois disso já lançaram o ótimo "Pandora's Piñata" em 2012, e agora este surpreendente "Pacifisticuffs" no início deste mês. Confesso que até então nunca havia reparado no conteúdo lírico do D.S.O., pois sua música é tão ampla e envolvente, que eu me perdia imerso na sofisticada abordagem musical, hipnotizado, e rendido pela amplitude de referências atemporais.
As letras são uma ferramenta importante quando se quer contar uma história ou passar uma mensagem forte. Foi casual ter reparado nelas desta vez, talvez por causa da menor consistência rocker do álbum, não sei. A versatilidade, a criatividade, o bom gosto, tudo está lá presente, porém desta vez há uma alegria contagiante no ar, um tom festivo, um cuidado extremo nas partes mais calmas, que beiram o pop mainstream. Para ilustrar melhor, leve em consideração a presença de um violoncelista, um trompetista e um trombonista entre os integrantes fixos do grupo, então o trabalho orquestral é perfeito, os arranjos de metais idem.
A grande novidade em "Pacifisticuffs" é a estréia da vocalista Kristin Evegård, que desde 2014 ocupa o lugar deixado por Annlouice Lögdlund, a soprano que agora se dedica exclusivamente a carreira operística. "Jigsaw Hustle", o single de avanço lançado naquele ano, serviu para oficializar a mudança, e deixou muitos (como eu) um pouco céticos para o novo longa, principalmente devido a abordagem discoteca deste tema em particilar. Confira o lyric video abaixo com Kristin nas vozes.
Claro que os dois guitarristas da banda (Daniel e Pontus) também cantam, e isso ajuda muito na parte harmônica, na interpretação das letras e nos revezamentos vocais. Mas Kristen tem potencial, faz um trabalho seguro, mais etéreo e "indie" que as vocalistas anteriores, e tem espaço para evoluir. Infelizmente isso não foi possível de abstrair somente com a audição isolada deste single, tema que agora ressurge remixado no álbum.
Nada por aqui é ao acaso, e no geral o trampo das músicas está realmente incrível, mesmo nos pequenos interlúdios instrumentais, que servem como pontes entre as músicas. Destaque também para a estréia do baterista Johan Norbäck, que substitui a altura seus antecessores.
Ainda bem que tive a oportunidade de ouvir "Pacifisticuffs" nos últimos dias, pois eu sabia que estava diante de mais um grande álbum do Diablo Swing Orchestra. Um álbum que cresce a cada audição, destacando-se pela descontração e fluidez que contrastam com o tom profundo das letras, seja nas mensagem de amor "Knuckelhugs", ou nas mensagens de liberdade em "The Age Of Vulture Culture" e "Superhero Jagganath" e "Lady Clandestine Chainbreaker".
O D.S.O. é um grupo que nasceu com uma proposta diferenciada de fazer um grande caldeirão musical onde cabe de tudo um pouco, rock, swing, tango, heavy metal, jazz, bluegrass, orquestral, tudo aqui é possível. E a energia dessa fusão ainda é muita mais intensa quando a mensagem é interceptada, pertinente, e bem vinda. O combo é imbatível, e recomendável a todos os ouvintes de mente aberta.
Ouvi algumas coisas no Youtube e me surpreendi.
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