MOM 2016 TOP30 - Parte 4/6

By Guzz69 - fevereiro 06, 2017

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O KING BIRD é uma banda inspirada na expressão musical dos anos 70, fazendo o elo com o Hard Rock dos anos 80/90 com muito bom gosto e personalidade. Oriundo de São Paulo, o quarteto se mantém ativo desde 2002, chegando em 2016 ao seu terceiro álbum de longa duração através deste ótimo Got Newz. Em 2010 o vocalista João Luiz havia deixado o grupo para se juntar a banda Casa das Máquinas, e só em 2014 o lugar viria a ser ocupado pelo excelente vocalista Ton Cremon. Mas esta não é a única novidade neste novo álbum, visto que a banda apostou numa produção mais cuidada e atual. Confesso que há muito tempo não ouvia uma banda Brasileira com um repertório tão bem executado, maduro, e simultaneamente orelhudo. Do primeiro ao último tema não há nada negativo a apontar. Uma verdadeira lufada de ar fresco na cena Hard Rock made in Brasil.

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O Black Metal nasceu na década de 80 como sub-gênero de bandas que tinham em comum o conteúdo lírico anti-Cristão, independente de sua sonoridade musical. Nos anos 90 surgiu uma segunda vaga de bandas na Noruega que acabou definindo a sororidade do estilo, invarialvelmente pautado pelo minimalismo, crueza nos riffs, blast-beats, e vocais demoníacos. Aos poucos o estilo foi se tornando popular mundialmente, com produções cada vez mais cuidadas, e o consequente uso de teclados, elementos orquestrais, entre outros. Contrariando seguidores e puristas, algumas bandas vem surpreendendo com a fusão do Black Metal com outros estilos, tais como o Folk, o Doom e o Shoegaze. Uma das mais recentes novidades é o flerte com o Rock'n'Roll, e o KVELERTAK é sem dúvida o fenômeno do momento. Não tem como ouvir Nattesferd sem deixar escapar um sorriso maroto de aprovação pela audácia e efetividade. E olha que já é o terceiro álbum de longa duração nessa pegada em 10 anos. É meus caros amigos, o Black'n'Roll veio para ficar!

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Excelente estréia discográfica dos cariocas MOTORGUN pela independente norte-americana Grooveyard Records. Em quase uma hora de duração destilam 10 canções do mais puro Hard Rock com uma coesão e maturidade raramente vistos no Brasil. O trio é formado pelo ótimo guitarrista Bebeto Daroz, dono de uma voz potente e aveludada, e pela eficiente secção rítmica de Edinho no baixo e Leo Mello na bateria. A tônica aqui é o groove pesado e contagiante onde os riffs de guitarra tem papel preponderante. A influência do Blues também é realçada em temas mais cadenciados como Call me a Loser e Whiskey, Women And A Whole Lotta Blues, este último com um título que resume bem este trabalho como um todo. Juntamente com o King Bird, propocionaram os álbuns mais bem conseguidos e relevantes do Hard Rock nacional em 2016.

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A música extrema está cada vez mais rica e diversificada, e o OCEANS OF SLUMBER é a mais nova promessa para derrubar barreiras dentro do Heavy Metal. O sexteto norte-americano foi fundado em 2011 na cidade de Houston no Texas, e Winter é apenas o seu segundo álbum de longa duração. Com influências que vão da música country ao Jazz, o grupo passeia com grande competência por diversas sonoridades da música extrema, construindo a cada tema uma identidade musical surpreendente e única. A belíssima e apaixonante voz de Cammie Gilbert é o fio condutor que percorre os mais diversos estados de espírito do álbum, sempre muito bem assessorada por um instrumental dinâmico e impecável que não se intimida com o experimentalismo que ela proporciona. Seria imprudente colocá-los na prateleira do metal progressivo, visto que a banda tem potencial para esgotar qualquer tentativa de limitar sua criatividade.

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O OPETH é uma das bandas mais incríveis da Suécia, que ao longo de 27 anos vem surpreendendo o mundo com uma carreira pautada pelo experimentalismo de seu principal compositor, o guitarrista e vocalista Mikael Åkerfeldt. Sorceress é seu décimo segundo trabalho de longa duração, o primeiro pela Nuclear Blast, e mantém como costume o alto nível alcançado na última década. Intrincado e progressivo, o album apresenta 9 novas canções envolventes que transportam o ouvinte a um universo de dicotomias, onde guitarras acústicas e solos de teclado podem coabitar com a intensidade e peso do heavy metal. Mikael não renega suas origens do Death Metal, mas soube evoluir musicalmente transpondo barreiras estilísticas e criando sua própria identidade. Pelo caminho mergulhou fundo no rock progressivo dos anos 70, o que mais uma vez fica patente em suas atuais composições. Emocional, transcendente e essencial.

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